domingo, 18 de abril de 2010

Moçambique apresenta o pior índice de acesso a serviços financeiros na região

Maputo (Canalmoz) – Moçambique é o pior país da região austral de África, quanto ao acesso a serviços financeiros. Os sistemas informais de acesso ao financiamento estão a substituir a banca. Esta é a constatação de um estudo sobre a avaliação do nível de acesso aos serviços financeiros em Moçambique, divulgado no passado sábado, na cidad de Maputo. O estudo foi realizado pelo Governo de Moçambique e contou com o apoio técnico-financeiro da empresa FinMark e do Governo da República Federal da Alemanha. O estudo tem por objectivo contribuir para o desenvolvimento de um entendimento global sobre o ambiente dos serviços financeiros em Moçambique e obter um conhecimento detalhado sobre os segmentos que têm ou não acesso completo a esses serviços. Segundo o estudo em referência, embora a propensão para contrair empréstimos junto dos bancos nacionais tenda a aumentar, o nível de endividamento junto do sistema financeiro permanece, de um modo geral, bastante insignificante, e a maior parte dos moçambicanos recorre mais a limitados esquemas informais e alternativos de financiamento. Reagindo ao estudo, o ministro das Finanças, Manuel Chang, disse que o mesmo mostra a realidade moçambicana, e a constatação explica-se pela vastidão do país. Segundo Chang, o estudo também mostra que, relativamente à constituição de poupanças a médio e longo prazo, a limitada liquidez da maioria das pessoas continuará a representar um obstáculo sério à expansão das contas de poupança, particularmente de depósitos a prazo. Questionado sobre possíveis soluções para ultrapassar o cenário, Chang respondeu: “Com vista à progressiva melhoria do acesso universal de todos aos serviços financeiros revela-se imperiosa a identificação de estratégias e mecanismos mais envolventes e de maior inclusão social, bem como o desenvolvimento de acções concretas conducentes à satisfação das necessidades das populações, de modo especial as de realização de investimentos nas zonas rurais”. De acordo com Manuel Chang, da análise feita conclui-se que o Governo e os demais intervenientes no sector devem dar continuidade ao processo de expansão de uma rede de serviços financeiros que responda satisfatoriamente às necessidades de todos cidadãos. “É importante a disseminação generalizada dos resultados do estudo, devendo os órgãos de informação desempenhar um papel relevante no processo de informação e formação dos cidadãos, em particular na área da educação financeira da população ‘iletrada’ nesta matéria, incluindo na promoção de hábitos de poupança e da sua correcta aplicação e gestão”, disse o governante. A prestação e utilização de serviços financeiros via telefonia móvel, que segundo Manuel Chang já está em franco processo de popularização no país, é outra acção a ser considerada. Na opinião do titular da pasta das Finanças “é também pertinente a concepção e desenvolvimento de produtos seguros e de previdência social adequados às reais necessidades de desenvolvimento da economia e da sociedade moçambicanas”. In Canalmoz, Abril de 2010

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