terça-feira, 20 de abril de 2010

Fantasma dos “sete milhões” persegue Guebuza na província de Tete

O Presidente da República reconheceu falta de transparência na atribuição dos “sete milhões”
Em Tsangano, Paulino Bonifácio denunciou publicamente que, uma semana antes da visita presidencial, o ministro do Interior, José Pacheco, visitou o distrito, tendo sido enganado pelo administrador distrital. “Senhor presidente, levaram o ministro para a minha machamba, onde o convenceram de que a produção que ali existe foi financiada pelos ‘sete milhões’, quando, na verdade, nada que tenho na minha machamba produzi com a ajuda dos ‘sete milhões’, pois nem recebi esse dinheiro. Na altura não tive coragem de dizer ao ministro que era tudo mentira. Não pretendo falar muito mais, senão a minha vida ou da minha família fica em jogo”.
Tete (Canalmoz) – Um dos problemas que mais foi apresentado durante a “presidência aberta” do chefe do Estado, na província de Tete, é a falta de transparência na atribuição dos “sete milhões” pelos conselhos consultivos distritais. A mesma questão foi levantada em todos os distritos por onde Guebuza passou, e o chefe do Estado não teve respostas satisfatórias para a população que reclamava igualdade de oportunidades no acesso ao Fundo para o Investimento de Iniciativas Locais, limitando-se a “tomar nota”. No distrito de Changara, a população centrou-se mais no problema da fome provocada pela seca. Os cidadãos falaram igualmente do problema de roubo de gado bovino, acusando a polícia de nada fazer para controlar os roubos, mas a questão da atribuição dos “sete milhões” também foi apresentada pela população. No distrito de Cahora Bassa, a população mencionou o problema de fome e de assaltos, tendo acusado a Polícia de ser cúmplice dos malfeitores. Aqui, pouco se comentou sobre os “sete milhões”, preocupando-se com questões de emprego. No distrito de Macanga, os residentes quase disseram os nomes dos membros do conselho consultivo distrital que usam os “sete milhões” para fins pessoais. A população estava furiosa e disposta a encarar os membros do conselho consultivo, que, segundo declarações de alguns residentes que falaram em representação da comunidade, “dividem-se dinheiro entre eles”. No distrito de Moatize não houve oportunidade para a população apresentar as suas preocupações ao chefe do Estado, devido à ocupação deste com a inauguração do projecto do carvão de Benga, da companhia Riversdale Mining. No distrito de Tsangano, o último visitado pelo chefe do Estado, em Tete, Guebuza voltou a ouvir reclamações dos cidadãos sobre a gestão dos “sete milhões”. Neste distrito, um cidadão de nome Paulino Bonifácio denunciou publicamente que, uma semana antes da visita presidencial, o ministro do Interior, José Pacheco, visitou o distrito, tendo sido enganado pelo administrador distrital. “Senhor presidente, levaram o ministro para a minha machamba, onde o convenceram de que a produção que ali existe foi financiada pelos ‘sete milhões’, quando, na verdade, nada que tenho na minha machamba produzi com a ajuda dos ‘sete milhões’, pois nem recebi esse dinheiro. Na altura não tive coragem de dizer ao ministro que era tudo mentira”, informou directamente ao Presidente da República este cidadão, e terminou dizendo que “não pretendo falar muito mais, senão a minha vida ou da minha família fica em jogo”. Guebuza anota e vai estudar “Anotámos tudo e vamos estudar o que é possível resolver. A estrada está em péssimas condições, o que de facto é preocupante. Sobre os ‘sete milhões’, aqui devo dizer que um dos principais ganhos do nosso país é a liberdade de expressão. Aconselho-vos a não ter medo de fazer denúncias. É a primeira vez, aqui em Tete, que me falam de perseguições, quando alguém denuncia casos mal-parados, mas quero garantir a todos os presentes que apontei os nomes dos denunciantes e não gostaria de ouvir que algo de estranho aconteceu com eles”, disse, entretanto, o chefe do Estado, sem tomar medidas concretas para os problemas apresentados. In CanalMoz, Abril de 2010

Sector da Saúde enfrenta grandes problemas e falta de dinheiro

Maputo (Canalmoz) – O sector da Saúde está a enfrentar grandes problemas, tais como o deficiente tratamento anti-retroviral para adultos e para crianças, prevenção da transmissão vertical, falta de acções de coordenação inter-sectorial no respeitante aos armazéns de medicamentos e artigos médicos, falta de equipamento médico nos hospitais, carência de recursos humanos, deficiente gestão financeira e de recursos humanos, deficiência na qualidade de ensino leccionado nas instituições de formação, baixa rede da cobertura sanitária, entre outros, confirmou o ministro da Saúde, Ivo Garrido. Para modificar o actual cenário no sector da Saúde, segundo Paulo Ivo Garrido, é necessário dinheiro para solucionar os grandes problemas de falta de instrumentos de trabalho e, por outro lado, medicamentos, para dar assistência condigna às pessoas que acorrem às unidades sanitárias à procura de serviços de saúde. MISAU incapaz de atingir “Objectivos do Milénio” As cheias, as secas, os ciclones e algumas epidemias como a SIDA, a malária e a tuberculose fazem com que o pessoal do sector da Saúde não consiga alcançar as metas dos “Objectivos de Desenvolvimento do Milénio”. Segundo Ivo Garrido, por causa das calamidades naturais, os índices da malária e da SIDA e a taxa de despiste da tuberculose apresentam taxas altas. O índice de malária é de 29%, o de sida é 27%, e a taxa de despiste da tuberculose fica acima dos 50%. Garrido assegura que os grandes problemas, que fazem com que a malária, a tuberculose e a SIDA se agravem nas pessoas, por um lado é a pobreza e, por outro, a limitada capacidade de resposta do sistema nacional de saúde para resolver a situação de desnutrição. Taxas de sarampo preocupam o sector da Saúde Recentemente ressurgiram novos casos de sarampo, que já começam a preocupar o sector da Saúde, e é necessário que a vacinação atinja as metas recomendadas pela OMS. O Ministério da Saúde está a projectar realizar uma campanha de vacinação contra o sarampo no próximo ano, com objectivo de atingir resultados satisfatórios em 2015. In CanalMoz, Abril de 2010

Brent passa barreira dos 86 dólares

Preços influenciados pela divulgação das reservas norte-americanas que surpreenderam os analistas.
O preço do Brent no mercado londrino, que serve de referência às importações portuguesas, está esta quinta-feira em alta e já ultrapassou os 86 dólares por barril.
O Brent está a esta hora a subir 0,06%, com cada barril a custar 86,20 dólares, depois de já ter tocado os 86,50 dólares.
Já em Nova Iorque, os preços do crude estão em queda: recuam 0,29% para os 85,59 dólares por barril.
As negociações do petróleo estão a ser influenciadas pela divulgação das reservas de crude norte-americanas: diminuíram em 2,20 milhões de barris na semana passada, pela primeira vez em 11 semanas. Os analistas inquiridos pela Bloomberg apontavam para um aumento de 1,3 milhões de barris. In TIM, Abril de 2010

Impacto económico do vulcão será de 1,5 mil milhões de euros.

Comissão Europeia admite ajudas governamentais às companhias afectadas.
Quase sete milhões de pessoas estiveram impossibilitadas de regressar aos seus países por causa da interdição do espaço aéreo, o que poderá causar perdas económicas da ordem de pelo menos 1,5 mil milhões de euros, uma vez que muitos poderão não voltar a tempo aos postos de trabalho, alertou ontem um relatório elaborado pelo Royal Bank of Scotland.
O documento calcula que dois desses milhões não são turistas e representam cerca de 0,9% da força laboral dos países da UE. E, como prevê que eles demorem pelo menos três dias a voltar ao trabalho, o prejuízo será de uma média de 500 milhões por dia. No entanto, a longo prazo, caso o vulcão continuasse em erupção, isso não continuaria a causar prejuízo, uma vez que as pessoas já teriam conseguido voltar ao trabalho.
Já o gabinete de estudos económicos da Câmara do Comércio e da Indústria Alemã prevê que os prejuízos da economia alemã cheguem já a uma média de mil milhões de euros por dia, juntando as perdas das companhias aéreas, aeroportos, operadores turísticos e de partes da indústria. Muitas peças sobressalentes para maquinaria são enviadas por avião. O mesmo acontece com os medicamentos e com mercadorias urgentes de validade limitada, que não podem ir por terra ou mar, lembrou Volker Treier, daquele gabinete de estudos.
A acrescentar a isto estão os prejuízos das companhias aéreas, tanto a nível dos cancelamentos de voos e assistência dada aos passageiros, como a nível das perdas em Bolsa. A Associação Internacional de Transporte Aéreo, IATA, diz que o vulcão islandês está a causar prejuízos de 185 milhões de euros por dia, um custo superior ao verificado aquando dos atentados do 11 de Setembro.
Nos últimos dias de negociação em Bolsa antes do fim-de-semana, a Air France-KLM, Lufthansa, British Airways, Ibéria e Ryanair perderam 34,2 mil milhões de euros e ontem as suas acções continuaram a cair fortemente. Algumas empresas têm feito um cálculo diário dos prejuízos. A Air France-KLM diz estar a perder 35 milhões a um ritmo diário, a British Airways entre 17 e 26 milhões, a SAS entre 5 a 9 milhões e a low -cost Easyjet fala em 45 milhões.
No meio das críticas de excesso de zelo feitas aos governos europeus por parte da IATA, a Comissão Europeia disse estar disposta a autorizar os Estados membros a darem ajudas às companhias aéreas para fazer face ao impacto do Eyjafjallajokull. O comissário responsável pela Concorrência, Joaquin Almunia, disse estar "em estudo um dispositivo semelhante ao usado aquando do 11 de Setembro que permita dar ajudas em circunstâncias excepcionais". Mas os Estados devem "demonstrar a necessidade dessa ajuda e provar que não estão a dar mais do que o necessário", aproveitando a ocasião para fazer subvenções encapotadas às empresas.
A porta-voz daquele comissário, a portuguesa Amélia Torres, explicou que há um artigos do tratado europeu, o 107.º, que permite "aos Estados compensar os prejuízos ligados a catástrofes naturais ou circunstâncias excepcio- nais". Fonte do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações português garantiu ao DN que na reunião de ontem dos ministros da União Europeia, realizada por videoconferência, essa questão das ajudas às companhias "não foi tratada e não esteve sequer em cima da mesa".In TIM, Abril de 2010