quinta-feira, 8 de abril de 2010

Blanche/Malema: o roteiro de Jano (2)

Mais um pouco desta série.
Ambos, Blanche e Malema, são expoentes de duas fases da história sul-africana, fases marcadas por uma extrema racialização do social.
Mas antes de prosseguir, permitam-me deixar-vos algumas breves linhas sobre três fenómenos de categorização: racismo, etnicismo e xenofobismo.
No racismo actua-se por marcadores físicos elementares - é a racialização do social; no etnicismo, por marcadores simbólicos (língua, "costumes", anterioridade de chegada a um território, heróis epónimos) da comunidade imaginada de origem - é a etnicização da identidade; no xenofobismo, por marcadores simbólicos alargados ou globais da comunidade imaginada - é a nacionalização extrema do social. No primeiro caso temos a visibilidade somática, no segundo a visibilidade das pequenas raízes originárias e, no terceiro, a visibilidade agrupada das grandes raízes originárias. É racista quem defende a superioridade sócio-genética de um grupo; é etnicista quem defende a superioridade da sua comunidade imaginada de origem; é xenófobo quem defende a preeminência e a supremacia de uma nação. Nos três casos está em jogo a luta pelo monopólio dos recursos de poder em função de marcadores: pigmentação no primeiro caso, pequena comunidade imaginada no segundo, grande comunidade no terceiro. Racismo, etnicismo e xenofobismo são exercícios sociais de inclusão/exclusão sociais que, interiorizados e assumidos, funcionam como os semáforos (o verde para os nossos, o vermelho para os outros). Todavia, não podemos colocar fronteiras absolutas entre os três fenómenos. O xenofobismo, por exemplo, pode surgir vestido de etnicismo ou de racismo. A permeabilidade é, muitas vezes, imediata, as fronteiras são fictícias e porosas.

Documentos Comerciais- Atestado

ATESTADO

O QUE É?
É um documento em que se confirma ou assegura a existência ou inexistência de uma situação de direito, de que temos conhecimento, referente a alguém, ou sobre um fato e situação. É dizer por escrito, afirmando ou negando, que determinada coisa ou algum fato referente a alguém corresponde à verdade e assim responsabilizar-se, ao assinar o documento.

COMO FAZER?
 O Atestado, geralmente, é fornecido por alguém que exerce posição de cargo superior ou igual ao da pessoa que está pedindo o atestado;
 O papel do atestado deve conter carimbo ou timbre da entidade que o expede;
 O atestado costuma ser escrito em atendimento à solicitação do interessado;
 A redação de um atestado apresenta a seguinte ordem:
a) Título, ou seja, a palavra ATESTADO em maiúsculas;
b) Nome e identificação da pessoa que emite (que pode ser escrito no final, após a assinatura) e o nome e identificação da pessoa que solicitou;
c) Texto, sempre resumido, claro e preciso, contendo o que se está confirmando ou negando;
d) Assinatura, nome e cargo ou função de quem atesta.










MODELO DE ATESTADO PARA CURRÍCULO PROFISSIONAL:


EMPRESA TUDO SEI INFORMÁTICA
Rua: Câmara, n.84, Bairro: Ingá
Tel:........./ e-mail:.............CNPJ:.........


ATESTADO

Atesto para fins de registro curricular, que o Sr. Falcão Neto, estagiário, trabalhou nesta empresa, no período de novembro de 1998 à dezembro de 2003, onde ingressou mediante aprovação em testes de capacitação a que se submeteu, havendo sempre desempenhado, de forma competente e aplicada, as tarefas que lhe foram confiadas e de cujo exercício se demitiu por interesse pessoal, nada constando contra este.
Salvador, 25 de dezembro de 2003
(assinatura)
(Nome completo e cargo que ocupa)

Documentos Comerciais- Atestado

Modelo de Atestado





Atesto, para os devidos fins, que conheço o Sr....,brasileiro, solteiro, nascido em, ....de...de......, na cidade de Manaus, filho de........e........., portador da Carteira de Identidade n°........., residente e domiciliado nesta cidade, na rua............, n°...., nada sabendo em desabono à sua conduta, até a presente data.


Manaus, de.................de 2004


José.....


(Firmas reconhecidas em cartório)

रेपोंसबिलिदाड़े SOCIAL

Segundo o Livro Verde da Comissão Europeia (2001,a responsabilidade social é um conceito, segundo o qual, as empresas decidem, numa base voluntária, contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais limpo. Com base nesse pressuposto, a gestão das empresas não pode, e/ou não deve, ser norteada apenas para o cumprimento de interesses dos proprietários das mesmas, mas também pelos de outros detentores de interesses como, por exemplo, os trabalhadores, as comunidades locais, os clientes, os fornecedores, as autoridades públicas, os concorrentes e a sociedade em geral. Afirma Carlos Cabral-Cardoso (2002)que o conceito de responsabilidade social deve ser entendido a dois níveis. O nível interno relaciona-se com os trabalhadores e, mais genericamente, a todas as partes interessadas afectadas pela empresa e que, por seu turno, podem influenciar os seus resultados. O nível externo tem em conta as consequências das acções de uma organização sobre os seus componentes externos, nomeadamente, o ambiente, os seus parceiros de negócio e meio envolvente. Factores que originaram o conceito a RSE São diversos os factores que deram origem à necessidade de se observar uma responsabilidade acrescida das organizações. Num contexto da globalização e de mutação industrial em larga escala, emergiram novas preocupações e expectativas dos cidadãos, dos consumidores, das autoridades públicas e dos investidores. Os indivíduos e as instituições, como consumidores e/ou como investidores, adoptam, progressivamente critérios sociais nas suas decisões (ex.: os consumidores recorrem aos rótulos sociais e ecológicos para tomarem decisões de compra de produtos). Os danos causados ao ambiente pelas actividades económicas, (ex.: marés negras, fugas radioactivas) tem gerado preocupações crescentes entre os cidadãos e diversas entidades colectivas, pressionando as empresas para a observância de requisitos ambientais e exigindo à entidades reguladoras, legislativas e governamentais a produção de quadros legais apropriados e a vigilância da sua aplicação. Os meios de comunicação social e as modernas tecnologias da informação e da comunicação têm sujeitado a actividade empresarial e económica a uma maior transparência. Daqui tem resultado um conhecimento mais rápido e mais profundo das acções empresariais – tanto as socialmente irresponsáveis (nefastas) como as que representam bons exemplos (e que, por isso, são passíveis de imitação) – com consequências notáveis na reputação e na imagem das empresas.

Responsabilidade Social diz respeito ao cumprimento dos deveres e obrigações dos indivíduos e empresas para com a sociedade em geral.

Existem várias outras a definições para o termo responsabilidade. Podemos citar, entre elas, as seguintes:

Alguns sociólogos entendem como sendo responsabilidade social a forma de retribuir a alguém, por algo alcançado ou permitido, modificando hábitos e costumes ou perfil do sujeito ou local que recebe o impacto.

Podemos citar um exemplo: A implantação de uma fábrica em uma determinada localidade, cujo espaço era utilizado pelos moradores como pasto para seus animais, ocasionando perda desse acesso, exigindo a criação de novas forma de alcançar o que estava posto e estabelecendo um novo cenário para o local.

Como compensar aos nativos e a natureza por essa "invasão"? Aplica-se no caso atos contínuos que possam de uma forma adequada compatibilizar a perda dos antigos moradores com meios compensatórios de forma a evitar o máximo mudanças bruscas.

Observe-se que há outras interpretações.

Um outro exemplo:

Uma empresa que patrocina um time de futebol ou volei que supostamente tem condições de se manter sozinho é responsabilidade social?

Sim, desde que a relevancia do fato de determinada empresa efetuar tal patrocínio tenha relevancia social e seja de amplo espectro de aplicação. Tornando mais fácil ao acesso da educação, esporte, cultura, entre outros a comunidade local envolvida.

Responsabilidade social corporativa
É o conjunto amplo de ações que beneficiam a sociedade e as corporações que são tomadas pelas empresas, levando em consideração a economia, educação, meio-ambiente, saúde, transporte, moradia, atividade locais e governo, essas ações otimizam ou criam programas sociais,trazendo benefício mútuo entre a empresa e a comunidade, melhorando a qualidade de vida dos funcionários, quanto da sua atuação da empresa e da própria população.

Responsabilidade Social Empresarial é a forma de gestão ética e transparente que tem a organização com suas partes interessadas, de modo a minimizar seus impactos negativos no meio ambiente e na comunidade. Ser ético e transparente quer dizer conhecer e considerar suas partes interessadas objetivando um canal de diálogo.

[editar] Visões de Responsabilidade Social
De acordo com Melo Neto e Froes (2001), a melhor maneira de analisar o conceito de responsabilidade social empresarial é identificando as diversas visões existentes, apresentadas a seguir:

A responsabilidade social como atitude e comportamento empresarial ético e responsável: É dever e compromisso da organização assumir uma postura transparente, responsável e ética em suas relações com os seus diversos públicos (governo, clientes, fornecedores, comunidade, etc.)
A responsabilidade social como um conjunto de valores: Não incorpora apenas conceitos éticos, mas uma série de outros conceitos que lhe proporciona sustentabilidade, como por exemplo, auto-estima dos funcionários, desenvolvimento social e outros.
A responsabilidade social como postura estratégica empresarial: A busca da responsabilidade social é vista como uma ação social estratégica que gera retorno positivo aos negócios, ou seja, os resultados são medidos através do faturamento, vendas, market share.
A responsabilidade social como estratégia de relacionamento: Voltado na melhoria de qualidade do relacionamento com seus diversos públicos-alvo, a responsabilidade social é usada como estratégia de marketing de relacionamento, especialmente com clientes, fornecedores e distribuidores.
A responsabilidade social como estratégia de marketing institucional: O foco está na melhoria da imagem institucional da empresa. São os ganhos institucionais da condição de empresa-cidadã que justificam os investimentos em ações sociais encetadas pela empresa.
A responsabilidade social como estratégia de valorização das ações da empresa (agregação de valor): Para a gerente de comunicação da Dow Química, Georgete Pereira, “a reputação de uma empresa e o valor de suas ações no mercado andam juntos” (CECATO, 2000 apud MELO NETO E FROES, 2001, p.40). Uma pesquisa feita por esta organização identificou que 70% do valor de mercado de uma empresa dependem de seus resultados financeiros. Os outros 30% dependem da sua reputação no mercado.
A responsabilidade social como estratégia de recursos humanos: As ações são focadas nos colaboradores e nos seus dependentes, com o objetivo de satisfazê-los e conseqüentemente reter seus principais talentos e aumentar a produtividade.
A responsabilidade social como estratégia de valorização de produtos/serviços: O objetivo não é apenas comprovar a qualidade dos produtos/serviços da empresa, mas também proporciona-lhes o status de “socialmente corretos”.
A responsabilidade social como estratégia de inserção na comunidade: A empresa busca aprimorar suas relações com a comunidade e a sociedade e também a definição de novas formas de continuar nela inserida.
A responsabilidade social como estratégia social de desenvolvimento na comunidade: A responsabilidade social é vista como uma estratégia para o desenvolvimento social da comunidade. Dessa forma, a organização passa a assumir papel de agente do desenvolvimento local, junto com outras entidades comunitárias e o próprio governo.
A responsabilidade social como promotora da cidadania individual e coletiva: A empresa, mediante suas ações, ajuda seus colaboradores a se a tornarem verdadeiros cidadãos e contribui para a promoção da cidadania na sociedade e na comunidade.
A responsabilidade social como exercício de consciência ecológica: A responsabilidade social é vista como responsabilidade ambiental. A empresa investe em programas de educação e preservação do meio ambiente, e conseqüentemente, torna-se uma difusora de valores e práticas ambientalistas.
A responsabilidade social como exercício de capacitação profissional: Neste caso, o exercício de responsabilidade social se dá com a capacitação profissional dos membros da comunidade e empregados da empresa.
A responsabilidade social como estratégia de integração social: Esse conceito parte do pressuposto de que o maior desafio histórico da nossa sociedade atual é o de criar condições para que se atinja a efetiva inclusão social no país.
Percebe-se então que inúmeras são as interpretações e definições de Responsabilidade Social Empresarial, e que cada empresa acaba atuando de uma forma perante si e a sociedade. Em geral, não há um significado preciso de responsabilidade social, surgindo assim, conhecimentos teóricos com diferentes conceituações – responsabilidade social como obrigação social (Friedman, 1970); responsabilidade social como aprovação social (Davis e Blomstrom, 1975) e responsabilidade social como abordagem sistêmica dos stakeholders (Zadek, 1998).

O QUE É RESPONSABILIDADE SOCIAL?

Responsabilidade Social é uma prática, um conceito apenas ou a
soma dos dois? A partir da década de 1990, desenvolver a cultura
da Responsabilidade Social tornou-se quase um imperativo de
gestão para as empresas que pretendem se manter competitivas
em seus respectivos mercados. Muitas, porém, tateiam o terreno,
míopes, e não encontram o caminho para o que deve ser um
legítimo programa de Responsabilidade Social. Abrem-se assim
os flancos para as críticas.
Há quem afirme que as empresas nada mais fazem do que expiarse
tardiamente de uma culpa histórica por produzir bens e miséria
a um só tempo. Teria portanto chegado o tempo de procurar
"corrigir" esse mal por meio de ações sociais. Seria uma forma de
reportar-se à sociedade nos seguintes termos: "OK, sabemos
que durante os últimos 200 anos nós nos portamos muito mal,
poluímos rios, devastamos florestas, extinguimos espécies
animais e vegetais e produzimos milhões de famélicos ao redor
do planeta, mas estamos dispostos a corrigir esse imenso
equívoco. A partir de agora, manteremos a grama aparada nas
praças da cidade".
Os críticos garantem que, nesse escopo, trata-se de uma ação
meramente de Marketing Social, sem resultados tangíveis. Os
defensores da Responsabilidade Social dizem não ser bem essa
a idéia. Segundo eles, as grandes empresas chegaram à
conhecida "sinuca-de-bico": ou ajudam de fato a promover o bemestar
social, independentemente da participação dos governos
locais, regionais e federais, ou emborcam junto com as populações.
E entram aí ações em prol do meio ambiente, da educação, da
saúde, enfim, do resgate da qualidade de vida às pessoas, para
que elas continuem e, em alguns casos, até voltem a ser cidadãos
e consumidores.
Para explicar um pouco sobre o que é ou pode ser a
Responsabilidade Social, a Revista FAE Business entrevistou o
empresário Miguel Krigsner, presidente de O Boticário. As mesmas
perguntas foram dirigidas a Emerson Kapaz, do Instituto Ethos.
Leia a seguir um pouco do que eles pensam sobre o assunto.
O que é Responsabilidade Social para o senhor?
Emerson Kapaz – Responsabilidade Social nas empresas
significa uma visão empreendedora mais preocupada com o
entorno social em que a empresa está inserida, ou seja, sem
Emerson Kapaz
O QUE É
RESPONSABILIDADE SOCIAL?
Miguel Krigsner
Fernando Mendonça
revista FAE BUSINESS número 9 setembro 2004 9
O primeiro passo para qualquer ação
de responsabilidade social em empresas
passa pela conscientização dos
empreendedores e, principalmente, dos
acionistas majoritários de que o
consumidor valoriza a diferença entre
empresas que são socialmente
responsáveis e outras que não têm essa
preocupação (Kapaz)
Os governos de forma
geral em todo o
mundo já não
conseguem mais
atender às demandas
econômicas, sociais,
políticas e ambientais,
cabendo às empresas
dividir essa
responsabilidade, pois
formamos uma grande
força alavancadora na
sociedade (Krigsner)
deixar de se preocupar com a necessidade de geração de lucro,
mas colocando-o não como um fim em si mesmo, mas sim como
um meio para se atingir um desenvolvimento sustentável e com
mais qualidade de vida.
Miguel Krigsner – A forma de conduzir os negócios baseada no
compromisso contínuo com a qualidade de vida atual e das
gerações futuras, por meio de um comportamento ético, que
contribua para o desenvolvimento econômico, social e ambiental.
E, se a gente conseguir incorporar os interesses das diversas
partes interessadas nas estratégias de negócio e na
implementação das atividades, melhor ainda.
Qual o passo mais importante a ser dado para desenvolver um
autêntico programa de Responsabilidade Social?
Kapaz – Acredito que o primeiro passo para qualquer ação de
Responsabilidade Social em empresas passa pela
conscientização dos empreendedores e, principalmente, dos
acionistas majoritários de que, hoje, no mundo em que vivemos,
o consumidor sabe e, essencialmente, valoriza a diferença entre
empresas que são socialmente responsáveis e outras que não
têm essa preocupação.
Krigsner – Em primeiro lugar, temos que acreditar que cada um
de nós, independentemente do tamanho do negócio ou da sua
origem, pode trazer contribuições para um mundo melhor. Esse é
o passo fundamental; o que acontece depois dessa predisposição
genuína é conseqüência.
Que dificuldades de percurso são mais comuns?
Kapaz – Em primeiro lugar a consciência dos controladores e,
depois, a capilarização dessa visão para toda a empresa, sem
perder de vista a necessidade de sobrevivência, ou seja, de
geração de caixa. Capilarizar a percepção em todos os escalões
da empresa passa a ser a meta.
Krigsner – Ser integralmente ético num mundo em que existem
tantas forças... Conciliar a ética nos negócios, garantindo que a
empresa caminhe com sustentabilidade, que os parceiros de
negócio também invistam numa relação ganha-ganha em que o
lucro final é das gerações futuras. Isso não é fácil, pois, como
empresários, somos movidos por resultados.
Quais são as críticas mais freqüentes aos programas de
Responsabilidade Social?
Kapaz – A crítica mais comum é a de que a função principal da
empresa é gerar lucro e não se preocupar com questões sociais.
Krigsner – As críticas mais comuns são: as empresas podem
usar isso como Marketing; ações pequenas e locais não fazem
muita diferença; as empresas costumam investir em causa própria
etc. Apesar disso, quando se tem a consciência de estar fazendo
o melhor possível, as críticas não abalam aquilo em que
acreditamos. Porém, hoje, há consciência crescente de que
governos sozinhos não conseguem solução para questões
crônicas e estruturais; talvez, um dos aspectos mais positivos da
globalização econômica e social seja a possibilidade de atuarmos
em bloco para enfrentarmos os grandes desafios mundiais. O
Global Compact é um grande exemplo disso. O Boticário é
signatário do Global Compact por acreditar que esse é um dos
caminhos viáveis para uma aliança mundial.
A que o senhor atribui o despertar, tido como tardio, para as
questões sociais nas empresas?
Kapaz – Atribuo à visão
de alguns líderes
empresariais de que de
nada adianta ter uma
empresa sadia em uma
sociedade miserável, e
sem perspectivas de
recuperação. Qual o
verdadeiro papel de uma
empresa que tem, além
da visão econômica, a
visão política, já que ela
é formada por cidadãos?
É muito difícil separar o
empresário do cidadão
empresário. Isso
apareceu com uma
mudança de mentalidade
do próprio empresário,
sobre seu papel na
sociedade.
Krigsner – Não se trata de tardio. Nunca é demais lembrar que o
papel da iniciativa privada é gerar lucro, pois sem isso não há
desenvolvimento sustentável. O papel do governo é garantir
condições que promovam o desenvolvimento humano em todas
as suas dimensões. O que acontece é que a sociedade se tornou
tão complexa e o nível populacional tão alto, que os governos de
forma geral, em todo o mundo, já não conseguem mais atender
às demandas econômicas, sociais, políticas e ambientais,
cabendo às empresas dividir essa responsabilidade, pois
formamos uma grande força alavancadora na sociedade.
O que o senhor pensa sobre a eventual participação dos governos
(municipais, estaduais, federal) nas ações sociais desenvolvidas
pelas empresas?
Kapaz – É uma parceria saudável, desde que respeitadas as
diferenças e espaços de atuação. 􀀅
9 2004
Krigsner – Acho importantíssima essa parceria, afinal todas as
partes são interessadas num mundo melhor, porque obviamente
todos ganham com isso. Se o governo fizer a sua parte e se aliar
à iniciativa privada, o resultado será uma combinação muito
positiva de visões diferentes e complementares que só beneficia
a sociedade. Juntos, somos sempre mais fortes.
E sobre uma forma de compensação fiscal às empresas que têm
essas ações?
Kapaz – Todo incentivo que puder ser dado às empresas que
praticam Responsabilidade Social deve ser pensado, já que elas
estão ajudando o Estado a cumprir parte de seu papel.
Krigsner – Como empresário, acho justo e importante que isso
venha a ocorrer, pois seguramente vai gerar um estímulo para
novas iniciativas.
O que podem ganhar as empresas que se mobilizam em prol de
programas sociais?
Kapaz – A confiança do consumidor e a percepção da sociedade
de que aquela empresa se preocupa com algo maior do que seu
próprio lucro.
Krigsner – Maior retenção de talentos, maior envolvimento e
comprometimento dos colaboradores, credibilidade de marca,
maior chance de fidelizar o consumidor, reconhecimento da
comunidade em que está inserida, valorização de capital para as
empresas que têm ações em bolsa etc. E o mais importante de
tudo: a satisfação em ajudar a promover o bem comum.
Como pode ser medido e demonstrado o resultado das ações
sociais?
Kapaz – Não é fácil mensurar os resultados, e não sei se, na
verdade, isso seria tão importante. Acredito que a mobilização
que há, hoje, de empresas e Governo, na direção de um maior
entrosamento sobre a Responsabilidade Social nas empresas já
é um enorme passo. Outro dado importante é o número de
trabalhadores que hoje estão empregados em empresas com
essa prática, além de publicações que estão dando premiações
e listando as mais responsáveis socialmente. Tudo isso mostra
uma preocupação em avaliar e incentivar tais práticas.
Krigsner -– O mais praticado é a publicação do relatório conhecido
como Balanço Social, que nos últimos anos tem evoluído quanto
aos indicadores e metodologia de apuração de resultados
1 0 revista FAE BUSINESS número 9 setembro 2004
conquistados, graças à orientação de organizações como Instituto
Ethos, Ibase etc. Na minha opinião, essa ferramenta – que em O
Boticário chamamos de Relatório de Responsabilidade Corporativa
– é a forma mais eficaz e transparente de demonstração de
resultados.
Que sugestões o senhor tem, seja a quem for, para se reduzirem
os níveis de pobreza no Brasil?
Kapaz – Eu precisaria de mais algumas páginas para tratar desse
problema, mas acredito haver hoje uma saudável evolução na
conscientização de que não podemos mais fingir ser possível ao
Brasil continuar como está. É o primeiro passo. A partir dele, as
ações se sucederão, e talvez a mais importante delas seja termos
noção de que, como classe dominante, no empresariado, na
política, no judiciário, nos sindicatos, nas entidades empresariais,
nós podemos fazer a diferença. As propostas estão aí, não são
segredo. É preciso ter vontade e fazê-las saírem do papel.
Krigsner – Criar infra-estrutura na área de Turismo, por ser uma
atividade geradora de mão-de-obra; melhorar o nível de
escolaridade, pois são necessárias mais cabeças pensantes;
melhorar a infra-estrutura de transporte, logística e comunicação
para diminuir custos. 􀀄
Se o governo fizer a sua parte e se
aliar à iniciativa privada, o
resultado é uma combinação muito
positiva de visões diferentes e
complementares que só beneficia a
sociedade. Juntos, somos sempre
mais fortes (Krigsner)
Passamos hoje por uma saudável
evolução na conscientização de que
não podemos mais fingir ser
possível ao Brasil continuar como
está. Esse é o primeiro passo para
se reduzirem os níveis de pobreza
no país (Kapaz)

MONDLANE ERROU AO NOMEAR MARCELINO DOS SANTOS

Aproximam-se 35 anos da nossa independencia nacioanal! E na esteira deste singular acontecimento que iniciara um novo ciclo. Um ciclo que iniciara por abordar figuras publicas de todos quadrantes da sociedade e que contribuiram para o estado actual da Republica de Moçambique. in Jornal Zambeze, 2010